Esses dias eu andei pensando: Criei um blog para não esquecer os momentos da minha gravidez, mas não fiz um relato sobre como fiquei sabendo da gravidez.
Vamos do início...

Bom, eu me chamo Thalita, tenho 25 anos ( faço 26 dia 18/03 ) e sou ''casada'' a 1 ano, coloco casada em aspas pois eu digo que morar junto não é bem um casamento.
Fiz uso de anticoncepcional desde os 16 anos, mas sempre fui desligada e ás vezes interrompia por 4 meses e depois voltava a tomar de novo e quando fui morar sozinha, acabei ficando um pouco mais desleixada com isso.
Com os esquecimentos e nova rotina e vida a dois, tinha dias que não tomava o remédio pois esquecia, então comecei a fazer o método ''coito interrompido''..rs.
Confesso que eu achava que ele funcionava, pois nunca tinha engravidado, mesmo nas pausas que eu dava com o remédio.
Cheguei a pensar que eu não poderia engravidar, mas confesso que engravidar nunca foi meu objetivo.
Devido ao esquecimento e por ter a menstruação sempre irregular, nunca sabia quando ela vinha e nunca iniciava uma nova cartela de remédios, então em junho, eu baixei um aplicativo no meu celular, para que eu pudesse saber e anotar os dias que ele vinha e ter noção de quando ela viria de novo.
Lembro que minha menstruação veio dia 07/06/12 e durou 4 dias. O aplicativo me dizia quando eu estava ovulando e quando eu iria ficar novamente menstruada.
Os dias se passaram e ele avisou '' menstruação em 5 dias''... passaram os dias e nada, achei normal pois como era tão irregular, não poderia ficar confiando nas contas de um aplicativo que eu mal sabia usar. Os dias foram passando, passando e meu namorado começou a ficar preocupado. Eu disse pra ele que não tinha motivos, pois ela era totalmente irregular e como eu nunca tinha anotado os dias que ela vinha, nunca tinha me preocupado, justamente por nunca saber qual seria o dia que ele viria de novo. Talvez eu já tivesse ficado diiiias sem menstruar e nem tivesse notado.
Lembro que eu comecei a me sentir estranha, um pouco inchada e era como se eu não controlasse mais o meu corpo. Eu não conseguia mais encolher a barriga e sentia como se estivesse com uma fadiga, sei lá. Comecei a ficar preocupada, não com medo de estar grávida, pois eu confesso que tinha certeza de que não estava, mas com medo de estar com algum problema, algum cisto, sei lá. Meu namorado começou a me perguntar se eu estava grávida, e eu dizia que não.
Ele pediu que eu fizesse um exame de sangue e eu por um tempo recusei.
Os dias foram passando e eu falei que ela era atrasada mesmo e que o fato dele ficar me lembrando isso todo dia, só fazia ela continuar atrasada,rs. 
Determinei uma data e falei com meu namorado: ''Se até o dia X não vier, eu faço um exame de sangue.''
E quando chegou no dia, eu não fiz, fiquei com medo ( não sei de que ).
Os dias foram passando e eu continuava com essa sensação de estar um pouco mais gorda, com a barriga inxada.
Já não sentia vontade de beber cerveja, como eu sempre fiz.
Os dias passaram e numa segunda-feira eu disse de novo: '' Vou fazer esse exame só pra você parar de ficar falando nisso, aí eu vou relaxar e a menstruação vai vir, você vai ver.''
Passou a terça, a quarta, quinta, sexta... e no sábado foi aniversário do meu pai. Fomos para um churrasco na casa dele e lembro que aquele dia eu não consegui beber cerveja como eu estava acostumada. Até minha mãe disse que estava feliz pois eu estava bebendo pouco.
Eu sou vegetariana, então carne passa longe de mim, mas aquele dia nem olhar pra carne eu conseguia.
Lembro que minha prima estava lá com seu bebê RN e eu comentei com ela que a menstruação estava atrasada e que faria um exame por insistência do Robério, mas que achava que não podia engravidar. Ela me respondeu: '' Thalita, eu também achava que não podia ter filhos, porque já dei muito mole nessa vida, mas se tem uma coisa que eu aprendi, foi que filho não vem na hora que a gente quer e sim na hora que tem que vir. Ele vem na hora que você estiver pronta. Deus é quem decide.''
Fiquei pensativa e disse que se eu tivesse, a primeira coisa que eu ia pensar era na hora do parto, pois eu ia morrer de medo de ter parto normal ( cesárea nunca me passou pela cabeça ). E ela me disse que teve o parto humanizado no hospital de Acari e foi super bem atendida, que amou todo mundo, que os médicos foram ótimos e bla, bla bla...
Fim de festa e fomos pra casa. Arriei completamente.
Deitei e ali fiquei o fim do sábado e o domingo todo.
Só levantei pra comer e tomar banho. Naquele dia eu tive certeza de que tinha algo errado comigo, e que eu tinha que procurar um médico, pois poderia estar com algo grave ou com uma doença que poderia estar evoluindo em mim.
O domingo foi péssimo, eu me senti cansada, desanimada, não queria falar com ninguém, só queria dormir e ficar deitada quietinha no meu canto.
Na segunda-feira, dia de trabalho, eu acordei disposta a fazer o exame de sangue. 
Trabalho em um prédio só de médicos aqui na Tijuca, então procurei um laboratório e fui fazer o exame.
A menina disse que ficaria pronto no dia seguinte, porém, estaria disponível no site do laboratório apartir das 19h.
Trabalhei meio molenga, liguei pro meu namorado ( Robério ) e disse que tinha feito o bendito exame.
Saí do trabalho e comecei a ficar tensa. Entrei no site pelo celular e fui atualizando o tempo inteiro pra ver se conseguia ver o resultado logo.
Cheguei em casa, entramos no site e PLIM... aparecia o meu exame escrito em verde, porém não conseguia clicar nele.
Liguei pra lá, falei com uma menina e ela disse que estaria disponível para imprimir apartir das 19:30h.
Tentei manter a calma e sentei no sofá com o celular na mão, eram 18:45...
Atualizei o site e nada... de novo... e nada!
Depois de uns 2 minutos, eu atualizei de novo e pronto!!
Apareceu um ícone de uma impressora ao lado do nome do exame. Falei com o Robério e ele foi entrar pelo computador pra ver.
Quando clicamos em ''imprimir'' e o exame abriu...
POSITIVO!!
NooOooOssa! Eu fiquei uns 15 segundos com a mão tampando a minha boca aberta e com os meus olhos arregalados.
Não podia ser verdade. Eu vou ser mãe? Como assim!? Eu não estou preparada pra isso!
Passou um mundo pela minha cabeça e eu chorei. Um choro de alegria  e espanto que durou uns 6 minutos.
Olhava pro Robério e ele sério, sem dizer uma só palavra, me olhava com um olhar de: '' Caramba, e agora?''
Ele levantou e foi sentar na varanda, com um cigarro na mão ( ele estava tentando parar de fumar ).
Eu fiquei totalmente confusa, confusa por saber que estava grávida, morando de aluguel numa casa pequena, e construindo uma casa em cima da casa da minha sogra, somente para sair do aluguel e conseguir contruir uma do meu jeito em um outro lugar do RJ.
Confusa porque eu não tinha noção doque era ser mãe e achava que isso nunca aconteceria comigo.
Passado o susto, veio um descarga de alegria e ligamos pra minha mãe pra contar a novidade.
Eu só falei: '' Mãe, você vai ser vovó''.
Ela ficou calada por uns segundos e disse: '' Vó, como assim?''
Eu repeti: '' Você vai ser vovó''
Ela começou a gaguejar e soltar uns gritinhos de alegria e dizer: '' Está falando sério?? Jura?''
E eu ri e falei que sim e ela começou a chorar, mas eu pedi que não contasse pra ninguém ainda. Até fazer uma ultra.
Ela perguntou se poderia contar pro meu pai e pra minha avó que lá estavam e começaram as mensagens de felicidades pro bebê, todo mundo ficou assustado e no fim do papo, hora de ligar pra sogra. Meu namorado preferiu fazer diferente e enviar meu exame por e-mail, para a mãe dele.
Ficou com ela no telefone e pediu que ela abrisse o e-mail e lesse, pronto!
Foi aquela felicidade total. Quando desligamos, o telefone começou a tocar e toda a família já sabia ( não sei como ) da notícia.
E eu, cautelosa, dizia que tinha que fazer a ultra pra confirmar, pois no exame dizia que eu estava com 09 semanas e não achava que era isso tudo, que não poderia estar com 2 meses já... enfim.
Marquei o pré-natal e fui lá.
Contei tudo pra minha GO, descobri que ela não fazia mais partos, só atendia no consultório e se eu quisesse poderia fazer o pré com ela.
Eu preferi assim, visando que não estava com condiçòes para pagar um hospital particular pois estávamos com muitos gastos e os gastos aumentariam, já que agora teríamos que fazer tudo mais rápido, para que eu pudesse passar o fim da gestação na minha casa nova.
Ela, quando foi me examinar, disse que se eu não falasse e não mostrasse o exame de sangue, ela nem diria que eu estava grávida, pois meu útero estava pequenininho ainda.
Pronto! Foi o sinal de que eu precisava pra dizer que o exame de sangue poderia estar errado.
Fez os cálculos e minha DPP seria dia 15/03/13, e emu aniversário é dia 18/03, olha que presente mais lindo!
No dia da ultra, fiquei olhando aquelas mulheres com seus bebês e pensando que isso não era pra mim, eu não nasci para aquilo, eu não tinha jeito nenhum de mãe.
Quando chegou a minha vez, eu pouco me importei de ficar nua na frente de um homem, eu tinha noção que se eu realmente estivesse grávida, isso passaria a fazer parte dos meus dias e teria que encarar a nudez de forma natural.
Quando ele mostrou na tela o meu bebê, estava ele lá, lindo, grande e se mexendo como eu pião,rs.
Eu fiquei besta de ver como eu podia estar com um bebê na barriga que estava se mexendo daquele jeito.
A partir deste momento, eu vesti a camisa da maternidade e descobri com minhas experiências solitárias, como é ser mãe.
Confesso que até os 4 meses e meio, eu sofri muito, pois não conseguia comer nada, tudo eu vomitava e tinha enjoos constantes, tudo passou a ser um problema pra mim.
Pegar ônibus, metrô cheio, cheiro de cigarro, cheiro de suor... tudo foi bem complicado e eu, de certa forma fui enfrentando isso junto com o meu namorado, mas a única coisa que ouvia era: '' É assim mesmo, depois passa.''
Agora, com 6 meses, eu vi que passou, mas também vi que não é fácil e nem um mar de rosas como eu imaginava, ou como algumas mulheres desenhavam.
Cada dia eu me apaixono mais pela Clara.
Cada dia que ela mexe, cada movimento que minha barriga faz e eu consigo ver essa onda na minha barriga, eu fico mais ansiosa para conhece-la e poder ver o seu rostinho.